Os esportes radicais, de ação e de aventura, estão sendo cada vez mais abordados em cursos, palestras e oficinas, a mídia está criando uma grande massa consumidora de produtos industrializados que vendem o sentido da aventura, por exemplo, por meio de uma determinada marca. Mesmo assim, ainda existem discussões e preconceitos sobre algumas práticas ou praticantes de esportes radicais, por transgredirem alguns princípios e valores tradicionais, como os sujeitos que utilizam os espaços urbanos de maneira dinâmica, empregando manobras sobre um skate nos monumentos da cidade, nos bancos, que antes serviam apenas para sentar, ou os corrimãos de uma escadaria que, agora, além de apoiar as mãos para subir ou descer, os skatistas usam-nos para deslizar com o skate.
Esses preconceitos existiam desde a década de 80 e ainda existem em alguns locais, conforme comenta Brandão (2008) sobre o street skate, o qual se pratica nas ruas. De que forma melhorar as visões deturpadas sobre tais atividades? Será que esses movimentos ou práticas de esportes radicais seriam mais aceitos se os engajássemos num processo pedagógico que atendesse aos valores educacionais por meio da cultura de movimento? É possível que esse fenômeno possa ser inserido nas vertentes educacionais por meio de um compartilhamento de profissionais de educação física e alunos, um relacionamento fundamental às novas vertentes de movimentos. Espera-se favorecer ideias e métodos pedagógicos para implantação de determinadas modalidades, bem como, atender às necessidades encontradas em ministrar aulas deste tipo no âmbito educacional, não apenas nas perspectivas simplistas de um determinado jogo, movimento ou modalidade, mas também, num olhar mais aprofundado sobre as dimensões a serem tomadas para transformação social dos indivíduos inseridos nesse contexto. Após realizarmos diversas buscas às bases de dados científicos, revistas e artigos referentes às propostas de atividades de aventura atrelada à educação, verificou-se a ausência de métodos de ensino em diversas modalidades da vertente aventura, entre elas, o skate que, atualmente, é um dos esportes mais praticados no Brasil, com aproximadamente 2,7 milhões de adeptos.
O número de praticantes cresce a cada dia num esporte que agrega valores históricos, rebeldias e contravenções e que chega ao ápice, até sendo uma profissão para aqueles dedicados competidores que um dia começaram com seus tombos e foram em frente, deslizando e equilibrando-se em eixos, shapes e rodinhas. Tendo em vista a educação física que se renova, recria e aprimora seus conceitos, conteúdos e didáticas, sugerem-se algumas reflexões sobre propostas contemporâneas e as práticas que vemos constantemente nas ruas, por que não levá-las para a escola, por que não perguntar e conversar com as crianças? Talvez, muitas queiram novas modalidades dentro do âmbito escolar. Às vezes, as crianças já praticam tais atividades nos momentos livres e recreativos, porém se não olharmos para o ser humano em plena formação, talvez algumas desistam no meio do caminho, por não se desenvolverem, nem melhorarem em tais práticas.
O Inicio do Skt
Para que o skate se tornasse um esporte, foi preciso criar regras e competições; isso começou já nos anos 1960. Hoje temos confederações, federações, associações, organizações, além de uma enorme industria que patrocina atletas profissionais e amadores. Esses atletas estão sempre participando de competições, videos promocionais, apresentações do esporte, sessões de fotos e do tipo de mídia que divulgue seu nome e a marca que esta representando. Várias pessoas enxergam no skate uma forma de expressar, de superar seus próprios limites.Sempre que alguém acerta uma manobra, os companheiros de sessão comemoram, e eles também incentivam os iniciantes a levantar de um tombo e tentar de novo. Tudo isso torna o skate um esporte solidário. O skate hoje em dia é um esporte sem fronteiras, antes identifica-se por um estilo próprio, mas hoje em dia é tão democrático que todos participam, não há rótulos
Não existe uma data exata para o começo do skate, mas dizem que ele é uma evolução do scooter e dos patins, brinquedos que já eram populares desde a década de 1920. Com o passar do tempo ele teria se transformado, ate surgir na forma como o conhecemos, no inicio da década de 1960, na Califórnia, EUA. Durante os períodos em que o mar ficava sem ondas, para obter a mesma sensação que tinham na água, surfistas desciam ladeiras sobre pranchas de madeira nas quais fixavam eixos com rodinhas retiradas dos patins. No começo, esse passatempo era chamado de sidewalk surf (surfe de calçada). A brincadeira cresceu e ganhou muitos adeptos em todo o mundo. Em 1965, teve inicio a fabricação de skates, e realizaram-se as primeiras competições. A partir dos anos 1970, com o surgimento das rodas de uretano (ou poliuretano), o skate não parou mais de evoluir: materiais, equipamentos, pistas e manobras relacionados ao esporte estão em constante renovação.